O Sítio Mutuá
PERFIL
O Sítio Mutuá fica no município de Artur Nogueira-SP, localizado na bacia do Rio Jaguaré, fazendo divisas com Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Limeira e Mogi-Mirim.
O clima tropical aliado à mata variada típica da região oferece as condições perfeitas para o cultivo de várias espécies de hortaliças, frutas, tubérculos, grão e cereais no modelo de agricultura sintrópica.
MUTUALISMO
MUTUÁ vem de “mutualismo”, de espécies que convivem no mesmo espaço, que se auxiliam e fazem da convivência a força de sua união, formando um ambiente saudável de coexistência pacífica e harmônica, transformando um ambiente árido e degradado, numa terra viva e produtiva, com alto padrão de fertilidade para a produção de alimentos orgânicos.
LOCALIZAÇÃO
AGRICULTURA SINTRÓPICA
O modelo de agricultura de sintrópica, também conhecido como “agroflorestal”, se baseia no plantio de alimentos comercializáveis em consórcio com a floresta, preservando as características nativas do habitat, evitando assim a devastação da área.
O conceito da agricultura sintrópica se traduz na organização interna de um determinado sistema (em oposição à entropia, que representa seu grau de desordem).
A prioridade do produtor agroflorestal é a análise das características do solo da área onde se pretende praticar a agricultura sintrópica e, subsequentemente, selecionar uma variedade de culturas para plantação, assegurando que o ambiente nativo ofereça boas condições de desenvolvimento (luz, umidade, nutrientes), conforme as plantas crescem, em harmonia com as necessidades das plantas adjacentes.
Com isso, busca-se o equilíbrio entre a mata nativa e o cultivo de alimentos, que ganham em qualidade. Este processo ainda otimiza a utilização do espaço e privilegia a sucessão ecológica da área. Tudo isso acontece sem perder de vista a rentabilidade da plantação.
A ideia de não-intervenção preserva a estrutura da floresta nativa e o convívio com a fauna local. Este equilíbrio natural, além de enriquecer o solo continuamente, cria um ciclo virtuoso, em contraponto à monocultura, que degrada o solo continuamente a cada novo cultivo.
A agricultura sintrópica foi desenvolvida no Brasil pelo pesquisador suíço Ernst Götsch e vem ganhando cada vez mais adeptos no país.
Além de não fazer uso de agrodefensivos, a agricultura sintrópica dispensa também sistemas de irrigação e a aplicação de adubos orgânicos externos. Exceções são feitas quando o solo da região selecionada é muito pobre ou em áreas onde a agricultura sintrópica foi recém-inaugurada. Nestes casos, adubos e irrigação costumam ser utilizados nos estágios iniciais do plantio até a consolidação da estrutura de vegetação da área. A partir deste etapa, o solo já oferece níveis adequados de nutrientes e microrganismos e já possui um ciclo de água apropriado - dispensando-se então adubos e irrigação - garantindo assim padrões mínimos de qualidade dos plantios.
No método sintrópico, a cada plantio o solo é enriquecido por matéria orgânica de restos não-comercializáveis das colheitas anteriores e de folhas e galhos oriundos de podas, que devem ser realizadas periodicamente pelo agricultor. Este lixo orgânico repõe a camada superficial do plantio, formando o adubo orgânico e o húmus.
Esse processo beneficia o ecossistema ao proporcionar maior oferta de nutrientes ao solo, aumentar a umidade relativa da área e favorecer o ciclo da água.
De forma geral, a agricultura sintrópica apresenta poucas pragas ou doenças. No entanto, a presença de animais e insetos indesejáveis não são vistas como uma ameaça, mas sim como um indicador de desequilíbrio no ecossistema, auxiliando o agricultor a entender melhor as carências e as falhas em sua plantação.
A viabilidade econômica do modelo de plantio agroflorestal adotado pelo Sítio Mutuá se dá pela manutenção de baixo custo, visto que seus plantios não demandam sistemas de irrigação ou de produtos químicos para sua manutenção (adubos externos e agrodefensivos). A rotatividade de culturas plantadas e os diversos tempos de colheita garantem produção contínua em sua área.
E por terem qualidade superior por serem orgânicos, os produtos do Sítio Mutuá têm sido valorizados por um consumidor cada vez mais exigente com os alimentos que chegam à sua mesa.
A agricultura sintrópica ajudou, em curto espaço de tempo, a explorar todo o potencial agroflorestal do Sítio Mutuá, transformando-o em uma área que é referência em sustentabilidade e altamente produtiva.
CERTIFICAÇÃO
O Sítio Mutuá está em pleno processo de Certificação de Transição Agroecológica, já havendo firmado termo de adesão ao Protocolo de Boas Práticas Ambientais, que inclui desde a prática de conservação do solo, controle de erosão e uso racional da água até o banimento de variedades transgênicas, agrotóxicos e fertilizantes químicos.
Com um modelo de produção mais sustentável e cumprimento do cronograma de Certificação, o Sítio Mutuá contribui com a preservação do meio ambiente e oferece maior segurança para consumidores e estabelecimentos comerciais na oferta de alimentos saudáveis e comprovadamente orgânicos.

Guilherme Vinha
Agricultor sintrópico
FUNDAÇÃO
O cultivo de plantas utilizando o método de agricultura sintrópica no Sítio Mutuá foi inaugurado pelo produtor Guilherme Vinha.
Bacharel em gastronomia pela Universidade Anhembi Morumbi, Guilherme construiu promissora carreira como chef de cozinha antes de se dedicar ao plantio agroflorestal no Sítio Mutuá. Trabalhou nos restaurantes Maní, de Helen Rizzo e D.O.M. de Alex Atala e cursou cultura e gastronomia na Escuela de Hostelaria de Sevilha, na Espanha, onde trabalhou em tabernas, mercados e eventos.
Em breve retorno a São Paulo, trabalhou no extinto Oriza antes de voltar ao exterior para juntar-se à equipe do prestigiado restaurante Astrid & Gastón no Peru.
De volta ao Brasil, em parceria com o chef Gabriel Matteuzi, inaugurou em 2015 seu próprio estabelecimento, o Tête à Tête Restaurante, vencedor de uma Estrela Michelin três anos consecutivos (2016, 2017 e 2018).